segunda-feira, 20 de junho de 2011

Parabéns Amore!


  Não é que a vovó seja completamente doida não, só um pouquinho. É claro que eu sei que o seu aniversário é amanhã, mas eu não consegui esperar para te dizer de novo e pela milésima vez, que eu não só te amo, eu te adooooooro! E mais muito mais , eu quero que você mantenha para sempre esta capacidadde de se sentir feliz , de procurar e, o mais importante de encontrar e distribuir a sua felicidade a todos ao seu redor. Quero ainda que você seja CURIOSA E CRIATIVA PARA SEMPRE  E QUE COMO HOJE,  NO FUTURO, MOÇA FEITA, MULHER LINDA, CONSIGA AINDA ENXERGAR NUM TRIANGULO DE  PAPEL O CHAPÉU DE UM PALHAÇO QUE SERÁ DESENHADO LOGO A SEGUIR,  E NUMA  REVISTINHA EM QUADRINHOS O SEU PRÒPRIO CHAPÈU PARA ENTÂO PODER  FANTASIADA, SAIR DETRÁS DA CORTINA E DIZER:-OI PESSOAL! POSSO ME APRESENTAR? E ENTÃO SE LEMBRAR QUE CRIANÇA LINDA, CRIATIVA, INTELIGENTE , MEIGA, AFÁVEL, CARINHOSA,  AMADA,. ENGRAÇADA, EDUCADA, ANIMADA,  E TUDO AQUILO QUE VOCÊ ESTÁ CANSADA DE SABER, E QUE A GENTE CHAMA DE ETC,ETC,ETC,
   ALÉM DE TUDO ISSO DE BOM QUE VOCÊ TEM,E MAIS, MUITO MAIS ,MAIS , MAIS, EXISTE NA SUA VIDA UMA COISINHA MUITO IMPORTANTE, QUE EU SÓ DEIXEI POR ÚLTIMO PORQUE EU SEI QUE ELA GOSTA MESMO É DE SURPRESA... VOCÊ É IRMÃ DA   TAMBÉM LINDA E QUERIDA ....     ISABELA.!!!!!!!!  
     BEIJOS,BEIJOS BEIJOS.  VOVÓ HELOÍSA

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Panacéia

     Meu avô Gabriel era diferente do avô João.Vindo do Campo do Meio, tornou~se dono da Padaria Excelsior, aquela que fica na esquina de Bahia com Contorno, onde meu tio Humberto me levava para escolher bombons, e tornou-se um bem sucedido comerciante de tecidos. Mudou-se com a familia para o Prado, de onde melhor me lembro dele, com seu carro Nash - nem sei como guardei essa marca, se é que ela existe ou existiu ,no qual íamos, os netos,  passear todos os domingos. Aos sábados ele nos levava Rogério,meu primo e eu ao Mercado Gentral. A vida era tão diferente , que enquanto ele fazia compras, nós, crianças ainda, brincávamos na esquina da Avenida Augusto de Lima com rua Santa Catarina e alí ficávamos sem que isso fosse motivo de preocupação para quem quer que fosse. Até que finalmente vinha o vovô, sacolas abarrotadas com as compras da semana e invariavelmente um ou dois frangos vivos, amarrados pelos pés, o que  não nos causava a menor comoção, seja pela situação na qual se encontravam seja pelo futuro que os aguardava: o almoço de domingo.
      Mas nada se comparava à delicioooosa rapadura batida  e o doce de leite em barra, sobremesas da familia, que só o vovô sabia comprar e que ficavam caprichosamente guardados na gaveta do móvel da copa, de onde eu roubava nacos enormes e me deliciava  sentada no cantinho da geladeira, enquanto vovó tirava seu cochilo da tarde. Doces tardes aquelas.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Púrpura é a minha cor.

    Passei algum tempo tentando pensar alguma coisa para escrever sobre este presente estranho de "idosa" que sou, mas que não me acostumo a ser. Interessante é que durante anos guardei comigo um recorte de jornal que dizia coisas assim: "Quando eu ficar velha quero  usar roupas de cor púrpura,  fazer coleção de caixas vazias e de  coisas inúteis. Quero sentar-me no chão quando estiver cansada, e pegar amostra grátis nas lojas. Vou sair de chinelos na chuva, e colher flores nos jardins alheios . Vou poder usar blusas horríveis".
    Eu  acreditei que seria assim. Costumava separar livros na estante para ler qauando me aposentasse. Esperava poder convivercom muita frrequência, com minha grande família: marido, filhos, noras e genro, netas, e mais uma que está quase chegando,  ansiosamente esperada, e tudo seria assim, reuniões, sítio, almoços, brincadeiras, inclusive porque por onde a Bárbara e a Isabela passam, fica sempre um rastro de pedrinhas e paetês e cola e papel picado e lindos desenhos. E todos riríamos de antigas discussões, dificuldades,  lembranças felizes.Talvez até chorássemos por alguma tristeza, compartilhada ou não, mas estaríamos juntos porque era assim que todos pensávamos nosso futuro..
     E ao nos despedirmos,  pelo caminho iríamos dando aqueles sorrisos silenciosos de quem se lembra de coisa boas. E eu, com a minha blusa horrível, de cor púrpura, ainda estaria ouvindo com um pouquinho de tristeza:  " Tchau amore tchau amore..."  musiquinha de despedida que sempre cantamos, as menininhas e eu, entre sorrisos , e frases do tipo -"Eu não te amo, eu te adoro"