domingo, 30 de outubro de 2011

Por você, Maria Flor.

      Por você menina linda, que veio ao mundo enquanto a chuva caia, é que estávamos todos ali reunidos, naquele corredor de hospital, em frente ao berçário. Éramos seis adultos e mais um pai deslumbrado, boquiabertos diante de você, cabeças encostadas ao vidro, enquanto acompanhávamos cada movimento seu. Por um momento, que não sei quanto durou, nada existiu ao nosso redor, enfermeiras, outras crianças, outros pais, avós... e daí? Ali estava você, só você menininha.
      Quando  voltamos à realidade,  nos cumprimentamos, nos abraçamos, e naquele instante éramos as pessoas mais felizes do mundo! Deste mundo, que certamente está melhor agora que você faz parte dele, uma vez que você Maria Flor, tão pequenininha já nos proporcionou tanta alegria e tantos sorrisos. Posso lhe garantir que você hoje, menos de um mês depois de nascida, já fez seu pai e sua mãe mais felizes do que já foram em toda a vida deles. E este deve ser o destino dos filhos... trazer a felicidade plena aos pais (não posso negar que é exatamente isso que os netos fazem pelos avós).
    E é por isso e  por você menina linda e pelas outras duas  meninas lindas como você, que eu prometo me esforçar muito, cada dia mais,  para me tornar aquela avó que todas as menininhas como vocês merecem, retribuindo tudo de bom que tenho recebido de vocès, a cada dia..     

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Portas Abertas I

      A  música, Beatles, naturalmente, se iniciou e pela primeira vez as portas da Igreja se abriram. Bárbara e Isabela entraram de mãos dadas, sorriso contido, não tímido, cabeças erguidas, olhando para a frente e sem demonstrar nenhuma insegurança, como era de se esperar delas. Lindas, como sempre foram, carregaram seus "bouquezinhos" orgulhosas, e usaram seus vestidos como as princesas que até então só sabiam nos contos de fadas. Ei-las caminhando em direção ao altar com graça, leveza, e deixando pelo caminho sorrisos, como se espalhassem estrelinhas.
   Logo depois, Rafaela, a Rafa, vestida de negro, linda, com sua barriga de uma gravidez tão desejada, de seu filho  ansiosamente esperado A Rafa  mais do que dama de honra, foi  a amiga sempre disponível e que se tornou indispensável.
      As Portas da Igreja de Lourdes se abriram  de novo.  Desta vez trombetas tocaram a Marcha Nupcial e as pessoas se levantaram para ver a  Sarah,entrando de braços dados com o pai, vestido lindo  e o seu véu esvoaçante.  Era certamente uma das mais lindas noivas que eu já tinha visto, descontado obviamente o fato dela ser minha filha e por isso haver na história uma certa corujisse, justificável,  creio eu.  E os dois, pai e filha se dirigiram ao altar, onde o noivo ansioso(!) a esperava. Naquele momento, ao entregá-la comovido ao Flávio, Luiz estava,  talvez não conscientemente,  partilhando conosco de um sentimento que para alguns de nós representava uma dose" rabugenta" de passado, que insistia em  nos fazer chorar, (ou quase). Chorávamos, (ou quase), porque procurávamos no altar,  para além daquela mulher linda que ali estava, a  menininha que quebrou os dentes no corredor, que estudou no "Peter Pan",  ou com quem brincamos e  brigamos, fizemos as pazes para brigar de novo, fizemos brigadeiro, levamos ao cinema ou às festas e  que sempre amamos muito! Mas quase chorávamos também, felizes,  porque ela estava ali,  realizando lindamente seu sonho, como nos foi possível realizar os nossos, e porque sendo assim, querida por nós e por nos querer tanto quanto nos quer a todos, lhe desejamos  que todas as Portas se mantenham Abertas, para que ela encontre a felicidade no seu futuro com o Flávio, sem entretanto nos perder de vista nunca.