Outono
Não estou pronta para novo registro, de idéias, pensamentos, fatos ou sentimentos. É outono... a estação da transição e é assim que eu me sinto: precisando ter tempo para sacudir meus galhos, deixar cair as folhas amareladas, me preparar para o inverno e finalmente renascer com a primavera. Ter tempo para abrir janelas, dar uma espanada na vida, tirar dela a poeira que a torna feia, deixar entrar o sol e vibrar com a sua beleza, sentir a brisa e agradecer por ela ser tão fresca. Ter tempo de pendurar pontos de luz pela casa e criar meu próprio arco iris e de ver as netas crescerem e os filhos amadurecerem. Ter tempo para envelhecer, tomando aos poucos a consciência de que faço sempre o melhor que posso e sou sempre o melhor que consigo ser.
E depois disso, numa manhã qualquer vou me levantar com a certeza de que o dia que está começando, me proporciona uma nova oportunidade de varrer as folhas secas, de criar um arco iris, de ver netas, filhos, noras e genro, de agradecer pela brisa e então revigorada mais uma vez, vou acordar meu marido, companheiro de tantos anos, para que juntos como sempre, possamos tomar nosso café da manhã e curtir sentados na varanda o verde que nos cerca. .
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